Genealogia, uma paixão do acaso

       Encontrei a Genealogia, por um simples acaso do cotidiano, e mais adiante explicarei o por quê. Aliás, digo que não fui eu que encontrei a Genealogia, mas sim ela que me buscou.
        Antes disso, preciso tercer alguns comentários que me levaram ao tema.
       Conforme comentei em postagem anterior, a casa dos meus avós maternos sempre foi a extensão da minha própria casa. Acho que isso acontece em todas as famílias: as mães, tendem a frequentar mais a casa dos genitores, ao contrário do que acontecem com nossos pais. No meu caso, não tive sequer esta oportunidade, já que, quando nasci, meus avós paternos já eram falecidos. Assim, não me restou outra opção, senão a da convivência com os pais de minha mãe, que - diga-se de passagem - era sempre muito prazerosa. Por essa convivência tão próxima e frequente, é que sempre me mantive curioso pelas narrativas dos mesmos, contando-me dos seus, dos tempos idos, das colheitas e negociações de algodão, da lida de gado, das retiradas e das "pegas de bois no mato". Contos de sertanejo. 
          Nessa atmosfera de relatos dos antigos, dos seus modos, crenças e costumes, criei imagens fictícias de pessoas que nunca conheci, mas por quem sempre nutri admiração e bem-querer. Os anos se passaram, e nunca despertei maiores pretensões de conhecê-los melhor, de saber de onde vieram, como eram seus nomes completos, quando haviam nascido e morrido. Simplesmente sabia que, para que eu estivesse no mundo, muitos me antecederam. Mantive-os anônimos por muito tempo.
       Mas a pouco mais de dois anos, estava eu em mais um dia atarefado, no trabalho, quando minha filha me chamou ao telefone, pedindo que a ajudsse com a sua tarefa de escola para aquele dia. O exercício consistia em compor a árvore genealógica dela, de cinco gerações: ela, eu e Liliane - os seus pais, nossos pais, avós e bisavós. Tarefa fácil. Teria que apresentar o nome de 31 pessoas. Só isso. Facílimo - pensei - imaginando ter de memória o nome de todos. Afinal, como não lembraria o nome de meus avós e bisavós, já que eram de gerações próximas a mim? Ledo engano! Me dei conta de que não sabia sequer o nome completo de meus avós. Imagina dos meus bisavós!... Me vi transtornado pela ignorância de não saber dos meus antepassados tão próximos. Pelo telefone, chamei a parentes próximos, pedindo-lhes ajuda para completar as informações, ao mesmo tempo em que me desculpava, envergonhado, por não saber quem eram as pessoas responsáveis, também, pela minha existência. E mesmo com o desconforto, entreguei as informações solicitadas para a tarefa da escola.
       Não há nada mais salutar que a curiosidade, e ela nasce, na maioria das vezes, do inesperado. Uma simples tarefa de escola, me fez ver que, na verdade, eu não sabia direito quem era, de onde tinha vindo, quem eram as pessoas que me antecederam e que, diretamente, foram responsáveis por eu existir. Notadamente, eu acabara de descobrir que era somente filho de meus pais, sem saber ao certo quem eram os seus antecessores, aqueles que uniram-se antes deles, e que sem essas uniões, nenhum de nós houvéramos sido gente. E com essa dúvida me martelando os miolos, resolvi que, a partir de então, iria buscar não somente minha ascendência direta, mas sim todos os colaterais, em qualquer grau de parentesco. Resolvi que catalogaria as descendências dos ramos mais longínquos de meus antepassados,... 
      Passado pouco mais de dois anos daquele episódio, o resultado, hoje, é uma árvore genealógica com mais de 16.000 nomes catalogados, e pouco mais de 2.000 fotografias.
      Ainda há muito por fazer, mas o grande fascínio da Genealogia, é esta busca incessante, um garimpar lento e constante, onde cada nome adicionado se traduz numa satisfação enorme, indescritível. Assim são os caminhos tortuosos e misteriorsos da Genealogia. Uma selva a ser explorada enquanto estivermos por aqui, para que esses registros sirvam às gerações futuras, norteando-lhes, lembrando-lhes das origens mais remotas.

Comentários

  1. Neto: Você sabe do meu entusiasmo e apoio nessa sua caminhada nos estudos genealógicos. Não sabia a origem dessa grande missão. Esse seu trabalho esclarece isso. Avante!!! Há muita estrada a percorrer. Enquanto houver pessoas como você, a história terá seu curso. Vamos em frente. João Vilmar

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